Cláudia Rosa: um negócio bem sucedido


About the project

por Sónia Pinto, publicado no jornal A Planície, 15-7-2007

Nas ruas entrelaçadas da vila de Amareleja, o calor sufocante do Verão faz-nos caminhar à sombra das paredes. Na rua da Figueira, passamos por uma mercearia e decidimos entrar. O calor sentido lá fora +e atenuado pelo ar condicionado, que nos faz sentir como um viajante que encontra um oásis em pleno deserto.
A Cláudia Rosa, uma jovem de 21 anos, nascida e residente em Amareleja, recebe-nos de uma forma simpática e com um sorriso estampado na face. Enquanto esperamos, reparamos que, ao surgir uma dúvida, está sempre disponível para aconselhar os fregueses. A sua atitude profissional leva-a ao encontro das necessidades dos fregueses, em vez de se preocupar apenas com as questões de rentabilidade do seu negócio.
O espaço comercial com cerca de 40m2 conta com duas áreas distintas, embora interligadas. Ao se entrara na mercearia, temos em frente o local dos produtos hortícolas, com tomates, alfaces, pepinos, o pouco vulgar alho francês, etc. Ao nosso lado esquerdo, fica a área de atendimento e uma vitrina, com o queijo fresco de cabra, queijos curados, paios de uma salsicharia local, e outros produtos que necessitam de refrigeração para manterem a qualidade. No lado direito estão as prateleiras que contêm uma variedade de produtos não habitual neste tipo de estabelecimentos. Na divisão mais pequena encontramos um mostruário de bijutaria. Como elemento inovador, a existência de uma máquina registadora que conta com um sistema de leitura de código de barras. aqui, a caneta e a folha de papel onde se faz o somatório dos valores dos produtos são apenas memórias do passado.
Ao se questionar a Cláudia sobre o que a levou a enveredar por este negócio, pouco habitual em pessoas da sua faixa etária, a sua resposta é simples: aproveitar um oportunidade de negócio, atempadamente identificada, que consiste não só em abrir uma mercearia, mas um espaço comercial com uma oferta variada, que a nível de produtos alimentares se diferenciasse das restantes, apostando na qualidade, com uma imagem moderna e atendimento personalizado.
A sua ideia tinha tudo para ser bem sucedida, já que contava com a experiência de três anos em funções similares numa mercearia. Por outro lado, sabia onde podia encontrar alguém para a ajudar a criar o seu negócio, já que no antigo posto de trabalho tinha acompanhado uma candidatura ao Microcrédito instruída pelos técnicos da ADCMoura. Para concretizar a sua ideia necessitava apenas de adquirir alguns equipamentos imprescindíveis, já que anteriormente aí esteve instalada uma mercearia, dispensando desta forma o início do processo de requisição de uma licença de estabelecimento comercial.
O seu projecto foi candidatado às Iniciativas Locais de Emprego (ILE), inserido no Programa Operacional de Emprego, gerido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Após a sua aprovação, bastou adquirir o equipamento e abrir as portas. Os clientes começaram a aparecer, muitos deles já frequentadores da antiga mercearia.
Actualmente conta com uma clientela fixa, que a procura também pela sua boa disposição e amizade.
Nas questões que surgem no quotidiano de qualquer negócio, conta com o apoio da sua antiga patroa e da ADCMoura, cuja equipa da RAIL vai passando regularmente pela mercearia, tendo-lhe já entregado a agenda do empreendedor, que se tem tornado um instrumento útil na gestão do seu negócio.

incentivo: ILE - Iniciativas Locais de Emprego, IEFP