Miguel Ferreira: SulOut, criatividade e produção


About the project

por Sónia Pinto, publicado no jornal A Planície, 01-01-2005

Nascida do dinamismo de um jovem empresário mourense, a SULOUT é uma empresa dedicada à publicidade e às artes gráficas. Dotada de equipamento especializado, a empresa do Miguel Ferreira está apta a realizar uma gama variada de trabalhos de concepção gráfica e impressão em pequenos, médios e grandes formatos, em todo o tipo de material. De entre os trabalhos mais procurados, o Miguel destaca a publicidade em viaturas, a elaboração de cartazes e placardes promocionais em diversos formatos, a impressão de camisolas, a decoração de montras em vinil, os reclamos luminosos e os stands de exposição.
A ideia tinha surgido já há algum tempo e estava relacionada com a experiência profissional do empresário nos laboratórios da Kodak, onde adquiriu os conhecimentos necessários e alguns contactos importantes para começar a trabalhar no ramo. Em conjunto com o irmão, o Rui Ferreira - o outro sócio da empresa - decidiu lançar-se à aventura e, logo que considerou estarem reunidas as condições para se candidatar aos apoios do IEFP, neste caso à modalidade CPE (apoios a projectos de emprego promovidos por beneficiários de prestação de desemprego), contactou a ADCMoura/RAIL para obter ajuda na preparação do processo de candidatura. O apoio financeiro consistiu numa verba destinada à criação de postos de trabalho e num montante para comparticipação das despesas de investimento.
O Miguel considera-se satisfeito com o percurso da sua empresa e não lhe faltam ideias para diversificar e expandir o negócio, estando consciente de que no meio empresarial é preciso estar permanentemente a antecipar o futuro. Conseguiu, por exemplo, negociar com a Câmara Municipal de Moura a concessão de uma autorização para colocação de outdoors publicitários na cidade.
Com uma estratégia de produção bem definida, o empresário aposta nas relações de parceria com empresas especializadas do exterior e mesmo com empresas locais para a elaboração de trabalhos em épocas de maior afluência. No que se refere ao mercado, considera que existe uma adesão satisfatória por parte dos empresários de Moura a este tipo de serviços mas, por outro lado, é notória entre a maioria das empresas alguma subvalorização da importância das acções de publicidade, que ainda são entendidas como algo acessório e não como uma estratégia de valorização do negócio.

incentivo: CPE - Criação do Próprio Emprego - apoio a projetos de emprego promovidos por beneficiários das prestações de desemprego (Instituto de Emprego e Formação Profissional)

contacto
Miguel Ferreira
M R. Nova da Estação, A
T 285254831 / 966847287
E sulout@sapo.pt


MIGUEL ÂNGELO FERREIRA - SULOUT
Prémio "Empresário do Concelho de Moura" 2013

Moura - Agenda Cultural do Concelho de Moura, nº 64, Julho/Agosto 2013

Miguel Ângelo Ferreira nasceu há 41 anos no hospital de Évora. Tem um irmão mais velho e um irmã mais nova. O pai é natural de Moura e a mãe nasceu em Santiago do Cacém, ambos profissionais de fotografia na mesma empresa, o que proporcionou a aproximação entre ambos. A infância e a juventude foram passadas em Moura, das quais guarda boas recordações e bons amigos. Da infância recorda os tempos em que aprendeu karaté com o sansei Moreira e traz na memória os serões passados ao som da viola que o pai, irmão e o avô tocavam, assim como do pai a cantar. Vem de uma família de artistas e assume ser dos únicos da família que não toca um instrumento. No entanto, como se verá, os dotes artísticos nasceram consigo. É casado e tem dois filhos. Gosta de cinema, concertos, festivais de música e de viajar. Foi o vencedor do "Prémio Empresário do concelho de Moura 2013", atribuído e entregue pela Câmara Municipal de Moura durante a Feira de Maio.

Há quanto tempo criou a empresa e o quê ou quem influenciou essa decisão?
A Sulout fará 10 anos em Setembro de 2014 e o que influenciou a minha decisão foi o facto de me identificar em pleno com esta área e ter conhecimentos suficientes para criar a empresa. Quando decidi ir para Lisboa, onde vivi alguns anos, fui seleccionado pelos laboratórios Kodak para trabalhar na EXPO 98 durante três meses. Após esse período, convidaram-me para trabalhar na empresa, o que aceitei de imediato. Ao fim de algum tempo fui para o Porto tirar uma formação na área de "manipulação e recuperação de imagem digital", com formação em vários programas. Posteriormente, fui convidado pela empresa para gerir uma das 33 lojas lojas FOTOSPORT, nomeadamente a do Colombo, na altura a mais virada para a área digital. Em simultâneo era responsável pelos retoques e manipulação de imagem para todas as lojas do grupo, incluindo as ilhas. Aprendi muito nesta empresa.
Mais tarde, quando decidi regressar a Moura, e depois de ter trabalhado com o meu pai e irmão no Estúdio C, falei com o meu irmão sobre a vontade que tinha de criar uma empresa direccionada para a vertente do design e impressão digital. Ele apoiou-me e convidei-o a fazer uma sociedade, ao que ele acedeu. Com o apoio da ADCMoura e do Centro de emprego criei o meu posto de trabalho e o de outra pessoa. Passados alguns meses nasce a Sulout, Lda. Fiz o investimento necessário para começar, comprei máquinas, softwares, passando a empresa a oferecer serviços de design, impressão de pequenos, médios e grandes formatos, decoração de veículos, montras, etc., tudo produzido nas nossas instalações. Mais tarde surge um novo projecto (mupis iluminados na cidade). Entretanto, o meu irmão abraçou outros projectos profissionais e eu continuei com a empresa sozinho.
Por outro lado, jugo que trouxe para a nossa cidade um tipo de serviço que até então era procurado fora. Hoje em dia a Sulout é uma empresa totalmente auto-suficiente em todos os serviços que oferece. Não é e nem se identifica com uma tipografia, mas sim um espaço onde se criam imagens e se faz impressão digital, desenvolvemos soluções para comunicação visual e publicidade.

Estava consciente dos riscos? Sobretudo neste momento de crise?
Confesso que inicialmente não, pois estava a entrar no mundo empresarial com alguns receios. Mas acreditava em mim e com o tempo fui-me apercebendo das dificuldades do que é ser empresário - impostos, fornecedores, cobranças, clientes difíceis, etc. - e hoje em dia cada vez mais. Faz-me recear pelo futuro. Cada vez mais a vida das empresas está dificultada, no entanto penso positivo e acredito na mudança. enquanto puder não baixo os braços, por mim, pela minha família e pelo amor que tenho a esta empresa. Quero ser um vencedor da crise que atravessamos.

Quantas pessoas trabalham na empresa a tempo inteiro ou noutra situação? São suficientes?
Neste momento trabalham duas pessoas a tempo inteiro; no entanto, em trabalhos pontuais, quando é necessário, faço contratação. Já tivemos cinco pessoas a trabalhar connosco em trabalhos de dois a seis dias. embora tenhamos clientes fora de Moura, nem sempre temos um fluxo de trabalho que permite contratar mais pessoas a tempo inteiro.

Tem projectos de expansão da empresa? Quais?
Sim, tenho. Fizemos um projecto há pouco tempo, o qual mereceu um parecer positivo por parte da Rota do Guadiana e do InAlentejo, que visa a instalação de algumas máquinas, tudo virado para a vertente da publicidade. Temos também previsto a colocação de alguns outdoors, que atempadamente tornaremos público.

Olhando para trás, acha que valeu a pena esta aventura? Faria tudo de novo?
Na vida nada é por acaso Tudo acontece em função do que fazemos e em função das circunstâncias da vida. Sem dúvida que faria tudo de novo, mas talvez tomasse algumas precauções, que nem sempre tomei. Não conheço nenhuma forma infalível para obter o sucesso, mas conheço uma forma infalível de fracassar, que é tentar agradar a todos.

http://www.sulout.com